segunda-feira, 15 de maio de 2006

A morte como probabilidade estatística

Outro dia contaram-me um episódio sobre uma discussão numa aula de Dto. Penal.

Um aluno, ao referir que, para efeitos de avaliação da imputação objectiva de um sujeito (ou seja, se ele pode ser, e a que nível pode ser, responsabilizável) no que toca à morte de outro, que "a morte é uma coisa inevitável", encontrou a objecção do professor.

O argumento utilizado pelo docente era de que lá porque toda a gente que viveu até hoje morreu, não quer dizer que isso aconteça sempre.

Embora possa parecer à primeira vista uma discussão ridícula, não é sem um pequeno fundo de verdade. Nada nos garante que as circunstâncias que levam à decadência do nosso corpo ocorram eternamente, ou que não venham a ser atrasadas (como aliás já acontece), sejam detidas ou mesmo invertidas.

De facto(e agora já entrando num ambiente muito Código DaVinci) a história é construída através dos registos que aqueles antes de nós nos deixaram, pelo que, lá porque não existem registos fidedignos do assunto, nada nos garante que nunca tenha acontecido, se bem que seja de facto improvável.

Viver para sempre parece-me bem, mas, como disse Rodrigo Moita de Deus na revista Atlântico: "com o corpo dos vinte, a sabedoria dos cinquenta, e a performance sexual dos trinta."

Sem comentários: