quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

A doença nacional

Descobri outro dia qual é a verdadeira maleita que afecta o nosso país: a amnésia.
Publico aqui na íntegra, 1 mail que recebi:

"Nada disto aconteceu" por Nuno Rogeiro - 11/02/05

Dado que o passado foi chamado à campanha eleitoral, devemos responder, puxando da memória. (...)

Quanto à experiência de poder do PS, desde a queda do cavaquismo, em 1995-96, até 2002, existe uma espécie de amnésia. A verdade, se calhar, é que nada do que a seguir se enumera alguma vez existiu!!!


A saber:

- Acumulação de défice excessivo nas contas públicas, originando o despertar da repressão de Bruxelas, para além de incentivo irresponsável ao gasto individual e desprezo pelos apelos à moderação e à poupança(e depois o PSD é que tem "obssessão pelo défice" comparado com isto, espero k sim).

- Saída de Sousa Franco do Executivo, depois das linhas mestras das suas políticas de saneamento da conta pública se terem tornado inviáveis, ou politicamente indesejáveis ("Os governos do Eng. António Guterres são os piores desde D. Maria."- palavras do próprio).

- Análise negra do estado da economia portuguesa , por parte de Cavaco Silva, numa famosa entrevista de Julho de 2000 (alguém duvida da competência?).

- Alegações de políticos, empresários e governantes, segundo os quais a banca portuguesa estava a ser vendida ao desbarato aos estrangeiros (sem comentários)

- Anunciados planos de combate à evasão fiscal , anunciados falhanços dos mesmos planos, e anunciada continuação da dita ( o PS é 1 partido de mágicos, há despesa, e sem haver receita)

- Ligações perversas da política ao futebol, com o cortejo conhecido de enxovalhos, confusões e negócios pouco claros. (Nããããõoooo!!!!!)

- Insistência na política de co-incineração como única via possível de tratamento de resíduos perigosos, apesar da divisão dos especialistas e da oposição do "homem da rua" (Demo-cracia=governo do povo, não é?).

- Episódio dito do "queijo Limiano", ou a cedência da alma em troco de votos no Parlamento.

- Quedas sucessivas de ministros da Defesa, conflitos entre estes titulares e o primeiro-ministro, queixas de falta de meios, espectáculo de parca mobilização de recursos para tarefas externas, divulgação pública de listas de agentes "secretos", novelo de escândalos em torno da aquisição de armamento e fardamento, cenas de estalada entre chefes políticos e chefes da "comunidade de informações" (quem é que gostava mt de falar de instabilidade governamental?)

- Tragédia da ponte de Entre-os-Rios, originando a demissão de Jorge Coelho, e suspeita geral sobre o estado das obras públicas.

- Inundação do túnel do metro no Terreiro do Paço, e alegação de que o mesmo foi ali feito com grande risco, sem as precauções devidas e não levando até ao fim estudos exaustivos sobre as características do subsolo(e viva a moralidade para os críticos do Túnel do Marquês).

- Escândalos na JAE , corrupio de acusações e alegações, e declarações críticas do engenheiro Cravinho, dizendo que Guterres havia sido derrotado pelos "grandes interesses" e pelos lobbies (Janeiro de 2000).

- Colapso na gestão das grandes cidades, que levou a uma maré de rejeição, em 2001, e à passagem da era PS para a era PSD, em Lisboa, Coimbra, Porto, Sintra, Cascais, etc..

- Fantasmas desastrosos, como o espectáculo de "Porto, Capital da Cultura", com obras a juncar a vida do cidadão comum, turistas perdidos e desiludidos, projectos inacabados, escândalos financeiros e "mistérios" como os da Casa da Música (Everybody say Euro).

- Escândalo em torno da Fundação para a Segurança, levando à saída "apocalíptica" de Fernando Gomes do barco do guterrismo, e a sugestões de conspirações no seio do poder, com o primeiro-ministro a saber tudo e a calar ainda mais (sem comentários).

- Filosofia de miséria na RTP, levando o serviço público à pré-morte, depois de anos de insanidade financeira, extravagâncias de programação, guerras civis de chefias e tentativas infantis de controlo político, dos telejornais às entrelinhas... (ó Marcelo, volta p'ra trás!!!)

- Desinteresse pela política por parte dos cidadãos mais de um terço decidiu não votar nas legislativas de Outubro de 1999, mesmo depois de Guterres ter dito que o seu pior inimigo era a abstenção.

- Estado geral de guerra civil dentro do Governo e da maioria quase-absoluta, levando António Guterres a bater com a porta, clamando que o país se encontrava num pântano(José Sócrates como bom amigo vai ajudar a concretizar esta previsão)

Enfim, foi tudo um sonho... Pode-se votar no regresso de um sonho?

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